Morte de jovem em cabeça d'água em cachoeira no Paraná: saiba o que é o fenômeno e como identificá-lo

  • 04/01/2025
(Foto: Reprodução)
Ouvir barulhos e ver mudanças na cor, velocidade e sedimentos na água estão entre sinais de alerta, segundo bombeiros. Segundo Simepar, com o fenômeno a correnteza pode chegar a 60 km/h. Imagens áreas mostram força de cabeça d'água que matou jovem afogado em cachoeira de Ponta d Cabeças d'água são fenômenos frequentes no verão, devido às pancadas de chuvas fortes típicas da estação. Elas são caracterizadas pelo aumento súbito do volume, da velocidade e do nível de rios - o que pode provocar o arrastamento de pessoas, conforme alerta o Corpo de Bombeiros. Nos últimos dias, um banhista morreu após uma cabeça d’água atingir a cachoeira São Jorge, em Ponta Grossa, nos Campos Gerais do Paraná. Imagens áreas registraram a força da correnteza durante o fenômeno. Assista o vídeo acima. ✅ Siga o canal do g1 PR no WhatsApp ✅ Siga o canal do g1 PR no Telegram O Corpo de Bombeiros ressalta que as cabeças d'água provocam grande risco de afogamento em banhistas, principalmente aos que não conhecem o local e àqueles que não sabem reconhecer os sinais do fenômeno. Entre eles, a corporação lista: barulhos/estrondos provenientes de algo como água, rochas e galhos em colisão e em turbilhonamento; mudança na cor e aumento do nível da água; mudança na velocidade de escoamento do rio em um período de poucos segundos; chegada de detritos e sedimentos como folhas, galhos e ramos. O meteorologista Reinaldo Kneib, do Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná (Simepar), complementa que como a cabeça d’água ocorre quando uma espécie de tempestade acontece em um curto período de tempo na cabeceira de um rio, muitas vezes ela não é perceptível. “Essa enxurrada vai se formando e o banhista não consegue ver. A água, além de vir em alta velocidade, pode acumular detritos pelo caminho, como pedras e galhos, sendo ainda mais perigoso para quem está nas cachoeiras venha a ser atingido”, afirmou Kneib, ao g1. O meteorologista orienta que banhistas devem evitar cachoeiras a qualquer sinal de chuva ou tempestade. Ele explica que nem sempre a chuva será registrada na queda dos rios - pode atingir a nascente, por exemplo - e por isso o ideal é se afastar do local em caso de ventos fortes e nuvens escuras. Veja mais dicas de como se cuidar mais abaixo. LEIA TAMBÉM: Vereadoras de Curitiba sofrem ataque por conta de roupas usadas em posse e reagem: 'Desrespeita a dignidade, a honra e o papel institucional' Passageira que morreu após carro bater de frente com Audi no Paraná deixou três filhos; mais novo é bebê de cinco meses Acidentes com águas-vivas passam de 7 mil no litoral do Paraná; saiba como tratar queimaduras O que causa as cabeças d'água De acordo com o Corpo de Bombeiros, as cabeças d'água são provocadas por fortes chuvas nas montanhas “rio acima”, e podem acontecer mesmo com tempo bom e sol “rio abaixo” no local de banho. "Alguns rios, sobretudo aqueles localizados na base das regiões de serra, estão sujeitos a este fenômeno", explica a corporação. O meteorologista Reinaldo Kneib ressalta que, com isso, as condições do rio podem mudar de forma drástica e rápida. “Com isso a água cai rapidamente, formando uma grande coluna. Dependendo do relevo da região e do volume de chuva registrado, a correnteza pode chegar à velocidade de 60 quilômetros por hora e aumentar cerca de dois ou três metros em menos de 15 minutos”, explicou ao g1. SAIBA MAIS: Entenda a diferença entre tromba d'água e cabeça d'água Registro foi feito na cachoeira São Jorge, no distrito Itaiacoca, em Ponta Grossa Flávio Dutra Como se cuidar O Corpo de Bombeiros ressalta que, apesar de parecerem mais seguros do que o mar, por exemplo, os rios e cachoeiras têm perigos imperceptíveis. “A flutuabilidade no rio é menor, então as pessoas também pensam que o rio é mais seguro, mas ele esconde muitos perigos como pedras e galhos onde podemos nos enroscar. Quando a água está descendo com bastante velocidade existe a presença de espuma que não permite que a gente flutue ou que possamos praticar a natação, então por mais que a pessoa saiba nadar ela não vai conseguir", apontam os bombeiros. A corporação disponibiliza algumas orientações sobre como se cuidar ao nadar em rios e cachoeiras. Veja abaixo: procure locais movimentados e que, de preferência, tenha atendimento de guarda-vidas; não entre em rios de corredeira para atividades de banho ou natação; cuide com o limo nas pedras - ele pode fazer você escorregar e cair na água; cuidado com buracos e fundos de lodo, pois você pode afundar rapidamente; se o rio tiver correnteza nunca entre na água acima do joelho; nunca mergulhe de cabeça; ao praticar atividades como boia cross, use equipamentos de proteção individual adequados, como colete e capacete; não tente entrar na água para realizar socorro, ao invés disto chame por ajuda e jogue qualquer material de flutuação para ajudar. VÍDEOS: Mais assistidos do g1 Paraná Veja mais notícias no g1 Campos Gerais e Sul.

FONTE: https://g1.globo.com/pr/campos-gerais-sul/noticia/2025/01/04/morte-de-jovem-em-cabeca-dagua-em-cachoeira-no-parana-saiba-o-que-e-o-fenomeno-e-como-identifica-lo.ghtml


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